Esse livro fala sobre a vida do pastor Paul Estevens, um pastor batista que abriu mão do serviço de pastor integral para ser carpinteiro.
De início pareceu-lhe uma dura decisão, porque Paul amava
o que fazia outra característica que observamos na vida de Paul era que ele
acreditava no corpo atuante dos cristãos no ministério, ou seja, toda igreja
atuando para o crescimento da obra de Deus e edificação dos irmãos- EF 4:12.
A tarefa principal do pastor não é só fazer, mais
equipar, preparar os leigos para o ministério. Isso inclui uma capacitação
completa dos santos para a obra, ajudando os leigos a desenvolver seu chamado
para ser atuante tanto na igreja como no mundo.
Essa é uma tarefa árdua e precisa que o pastor ou o líder
ajude os leigos nessa caminhada, transformando o potencial deles em realidade.
O líder tem que ter essa visão de capacitação de sua
igreja transformando o povo de Deus em povo ministrador.
A decisão de Paul em trabalhar como carpinteiro era para
ter a experiência de sustentar sua família com seu trabalho e servir de exemplo
no que ele acreditava que nem sempre o modelo do pastor assalariado, de tempo
integral, é o melhor. A igreja precisa também de pastores que exerçam outra
profissão.
A missão dos líderes é a de preparar os santos para a
obra no ministério com fundamentos bíblicos e teológicos seguros.
A igreja inteira é um povo sacerdotal, a Nova Aliança
torna competente para o ministério as pessoas mais fracas, mais inadequadas- 2
Co 3:4-6.
Deus tem derramado seu poder sobre toda a igreja nesta
era pentecostal, formando um povo de servos, um povo do reino, um povo dotado,
contemplado com dons e graças multiformes para o ministério.
É uma responsabilidade primeira dos líderes, bem como a
preocupação de cada membro para o ministério.
Paul sempre acreditou no seu chamado para ser um
capacitador, que era chamado por Deus para ensinar e pregar a palavra, e não
achava essencial ser sustentado pela igreja, considerava seu chamado como o de
um cristão que havia recebido um chamado de Deus, e obedecido.
O ministro leigo também deveria ser ordenado no
ministério e não somente os ministros de tempo integral, os chamados profissionais,
surge um problema então, mesmo aqueles que têm chamado de Deus e não atua de
forma integral( profissional) não poderia exercer seu ministério e colocar seu
chamado em prática, porque não seria ordenado pela convenção. Essa foi a idéia
que ele apresentou em sua ordenação, e isso gerou muita polêmica, pois os
chamados profissionais se sentiam ameaçados pelos leigos de tomarem seus
lugares em seus ministérios, mas essa idéia foi aceita, e assim em sua igreja
se formou um grupo ministerial de presbíteros-diáconos não profissionais.
Paul percebeu que a capacitação dos leigos o ajudaria a
dividir as cargas e não sobre carregá-lo, e com isso poderia utilizar o seu
tempo para outras tarefas importantes.
Depois de uma experiência que sua esposa teve, mesmo sendo
considerada leiga em seu ministério ela exercia um ministério de oração e cura
entre as pessoas que tinham cicatrizes profundas na alma, Paul aprendeu uma
coisa sobre a preparação dos santos eles precisam de oportunidades para
experimentar vários ministérios, inclusive o de profetizar e orar por cura.
Paul decidiu então colocar em prática o que acreditava e
pediu confirmação pra Deus e Deus lhe respondeu sobre fundar uma igreja em
Vancouver, como a igreja não teria condições de lhe sustentar, ele teria que
trabalhar, um irmão ofereceu-lhe um emprego de aprendiz de carpinteiro, e Paul
aceitou a gentileza e aos 37 anos iria recomeçar e iniciou uma nova etapa em
sua vida.
Essa seria há única maneira para ganhar experiência para
um ministério mais amplo na preparação dos leigos.
O
cristianismo surgiu como um movimento leigo, só depois que a religiosidade
colocou os leigos numa posição secundária.
Essa administração era muito utilizada no mundo
Greco-romano, em que essa administração se dividia em duas partes O CLERO- os magistrados e o LAOS- os leigo (o povo - que era
considerado ignorantes e inculto) era esse sistema que Paul acreditava que
impedia a igreja de se edificar mutuamente e crescer.
Paul passou por momentos difíceis, mas conseguiu seguir
adiante e aprender algumas lições sobre o que é ser um leigo.
Interessante que um pagão chamado Celso no Segundo Século
percebeu os que trabalhavam com lã, os sapateiros, os lavadeiros e os
camponeses mais iletrados e rústicos levavam o evangelho mais adiante do que os
bispos, os apologistas e os teólogos.
Por isso entendemos que os leigos precisam ser preparados
para produzir frutos e que estes frutos permaneçam.
A capacitação tem que se preocupar muito mais com a
formação do caráter do que com habilidades ou informações.
O caráter demora um tempo pra ser formado, é por isso que
o testemunho positivo de um líder influencia seus seguidores e futuros líderes,
Paulo ensinava com seu testemunho como o de um imitador de Cristo.
Nessa nova fase Paul percebeu que ele vivia num mundo
aparte, num mundo de pessoas mais instruídas, e esse período o fez refletir
sobre seu chamado, e isso o aproximou mais dos leigos.
Outra lição que aprendeu foi a de valorizar mais aqueles
que trabalham fora e se esforçam na obra de Deus, esse são verdadeiros
guerreiros, pois a espiritualidade não se desenvolve apenas na igreja, mas nas
tarefas do dia a dia.
Interessante que a palavra equipar num sentido médico do
grego clássico significa colocar um osso ou uma parte do corpo humano no devido
lugar em relação às outras partes do corpo de modo que cada parte se encaixe
perfeitamente, ou seja, recolocar as juntas no lugar.
Essa é a função dos ministros ajudar os santos a
desenvolverem seus ministérios, para que cada um exerça seu chamado num
determinado seguimento do corpo que é a igreja, e assim todo o corpo funcione
corretamente.
A igreja tem que aprender a viver como unidade, como um
corpo, e pra isso precisa de líderes que ajudem as pessoas a se incluírem no
corpo de Cristo, o líder tem que fazer de sua igreja um local de capacitação
para os membros, onde todo o corpo bem ajustado funcione para ser atuante no
ministério, que é o corpo de Cristo, a unidade deve fazer parte do nosso
chamado, ou seja, todo o crente é chamado para fazer parte do corpo de Cristo.
Em Efésios
4:1-Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação
com que fostes chamados. Nesse versículo Paulo nos relata que fomos
escolhidos por Deus e temos uma vocação e temos que andar digno dessa vocação,
se todo líder entender o que Paulo quis dizer irá perceber que na igreja todos
tem um dom específico que precisa ser descoberto e colocado em prática, para
que todo corpo funcione como um organismo vivo e saudável.
A igreja cresce e se edifica em amor quando cada um
exerce sua função sendo um membro ativo e entendendo sua posição dentro do
corpo, fazendo tudo com amor.
Para que os membros sejam equipados, a estrutura da
igreja precisa ser equipada, os líderes precisam ser equipados.
A edificação mútua através dos diversos dons leva a
igreja a uma maturidade em Cristo.
Cada ministério é essencial para a unidade do corpo de
Cristo, essa diversidade de dons e ministérios é que contribuem para a
edificação e crescimento, cada crente é um escolhido por Deus portando ele é um
ministro em favor do crescimento do reino.
A igreja só pode crescer como um corpo sadio se todos os
membros do corpo estiverem em funcionamento.
Quando a igreja se reuni, ela se edifica por meios dos
irmãos, cada um com o seu ministério - Efésios
5:19: Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e
salmodiando ao Senhor no vosso coração.
Deus e é o Capacitador-Mor, pois é, ele quem escolhe e
distribui os dons e ministérios, mas ele realiza tudo isso através de Jesus
Cristo.
Pela graça de Deus fomos escolhidos, nomeados e ungidos
povo especial, nação santa, propriedade exclusiva de Deus, somos
ministros-sacerdotes.
A
igreja funciona como um lugar de capacitação e edificação é na fornalha do dia
a dia que as pessoas são aprimoradas e desenvolve seus ministérios, Paulo
quando escreve a igreja de Éfeso ele relata que a igreja junta e unida promove
a edificação e crescimento dos santos Colossenses
3:16- A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria,
ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos
espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.
O seminário é importante, mas não
será ele que irá formar o caráter de alguém, o caráter é formado e moldado nas
experiências diárias junto com a comunidade local, é no método pragmático que a
igreja treina seus membros.
Os
grupos pequenos são os melhores meios pra se desenvolverem os dons espirituais.
A
igreja não é chamada pra ficar estagnada dentro de quatro paredes ela é chamada
pra ser atuante junto à comunidade, é daí que vem o termo Eclésia que
significa, convocados chamados para fora, é dever da igreja agir junto a
comunidade, levando o evangelho e a ação social para os perdidos.
Cada necessidade humana é uma oportunidade para fazer
missão.
A necessidade de se estruturar a família é prioridade da
estrutura de uma igreja, pois uma igreja bem estruturada tem suas famílias
firmes e sólidas no relacionamento com Deus.
Nosso trabalho secular pode ser
um ministério que Deus quer usar para alcançar as vidas, temos que entender que
nosso ministério não flui só na igreja, mas quando entendemos que nossa vida
pertence e está nas mãos de Deus, um exemplo é a vida de José que foi
estabelecido como primeiro ministro de Faraó para ministrar um grande
livramento na vida de seu povo, ser ministro de Cristo é isso aproveitar as
oportunidades que surgem, para anunciar a mensagem salvadora e transformadora
de Jesus Cristo.
A igreja foi escolhida por Deus
para fazer parte da Grande Comissão o IDE de Jesus de anunciar sua mensagem de
uma forma verbal e prática, verbal no que diz respeito ao anuncio do evangelho
de Cristo que cura, liberta e restaura, e na forma prática que é a encarnação
dessa mensagem de ser atuante junto à comunidade na ação solidária para com as
necessidades dos pobres e marginalizados.
A missão integral da igreja visa
o cuidado do ser humano como um todo, atingindo a vida espiritual e física,
libertando as pessoas de toda a prisão social, espiritual, física e emocional.
Deus nos escolheu para levarmos
essa mensagem e agir nessa sociedade que está corrompida e corroída pelo
consumismo, individualismo, violência, corrupção política, imoralidade,
diversidade religiosa e desigualdade econômica.
A igreja precisa ser mais atuante
junto ao bairro, ela precisa mostrar interesse pelas pessoas, precisa conhecer
as necessidades dos moradores, precisa sair da alienação das quatro paredes e
se envolver também com as causas terrenas.
Capacitar os crentes para missão
é mostrar que a ação social é indispensável para seu ministério.
Nesse livro Paul Estevens visa
bastante a reunião familiar, ou seja, poucos membros reunidos para adoração,
oração e meditação da palavra de Deus com isso se consegue aproximar mais os membros
mantendo assim uma relacionamento mais firme e próximo.
Interessante como o autor nos mostra na bíblia os
contextos que aparecem à palavra capacitar ou preparar, já vimos no contexto
médico o que ela significa que é colocar cada osso no seu devido lugar, segue
mais alguns contextos: como pescador
que limpa, prepara a rede para a próxima pescaria remendando os buracos, como pedreiro no contexto de Esdras e
Neemias na construção do templo e restauração das muralhas colocando as pedras
em ordem, como oleiro criar, formar,
moldar, ou seja, construir nas pessoas o que elas precisam ter para funcionar
de modo efetivo como servos de Deus na igreja e no mundo, como pai servindo como modelos para os filhos, assim como um filho
gosta de imitar o pai, capacitar significa servir de modelo, como projetista ajustar as partes que
faltam para completar o todo.
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